No âmbito da comunicação, existem duas áreas que compõe um jornal. Nesse ambiente de trabalho, de um lado, está turma da ‘Igreja’ (a casa editorial de um jornal) e do outro lado, o pessoal do ‘Estado’ (a área comercial). Nessa relação, os publicitários apenas pagavam as contas da casa em troca de um espaço na mídia do jornal.
A separação foi, por muito tempo, base elementar em um jornal lucrativo a ambos os departamentos, pois trazia credibilidade à empresa. Além do mais, a redação de onde saem as notícias é uma instituição e, por isso, deve preservar sua independência.
Com o contato entre ambos estritamente proibidos, os funcionários de ambas as partes mal cumprimentavam o outro lado. Namorar então, nem pensar.
Assim, essa tensa relação entre Igreja e Estado, é comum deixar claro uma regra: anunciantes de um lado, notícias do outro. Assim, as notícias teriam sua imparcialidade (não sendo favoráveis a nenhum anunciante ou diretriz governamental), e a relação Imprensa e Publicidade permaneceriam harmoniosas e todos sairiam ganhando, certo? Errado!
– Afinal, uma estrutura que funcionou até ontem, pode não mais funcionar hoje em dia.
O jornalista de tempos atrás adota o leitor como seu patrão e não recebe influência dos anunciantes. Hoje, a conduta do ‘bom jornalista’ passou a ser deixada de lado. Na tentativa de por abaixo o muro entre Igreja e Estado, um artigo que se preze atualmente deve trazer a notícia com mais personalidade a quem a lê aliando notícia com entretenimento.
Texto: André Mascara